Infiltração policial no Brasil: um jogo ainda sem regras

Carlos Roberto Mariath

Resumo


O artigo analisa a infiltração policial, técnica operacional de obtenção de dados, sob a ótica do policial que, destinado a ingressar em (a fazer parte de) uma organização criminosa, atua como se criminoso fosse. Abordando inicialmente o surgimento dessa nova modalidade de delinquência e de novas técnicas especiais de investigação, o trabalho tem como objetivo expor a insegurança jurídica que envolve o policial, uma vez que o ordenamento pátrio não regulamentou de forma inequívoca a matéria, olvidando-se de questões essenciais que dizem respeito à atuação do investigador antes, durante e após a implementação da medida. Ademais, o estudo delineia com precisão os traços que caracterizam a infiltração policial, desfazendo uma confusão recorrente que se faz desta em relação à “estória-cobertura”. Nessa linha, o ensaio revela que, antes mesmo da ação repressora pelo Estado, a elaboração de
normas válidas, “regradoras do jogo”, é condição sine qua non para construção de um Estado Democrático de Direito, pois a busca da prova não se dá a qualquer custo. Se de um lado se encontram os direitos do investigado, do outro estão os direitos e garantias fundamentais dos policiais.


Palavras-chave


infiltração policial, crime organizado, operação encoberta, direitos e garantias individuais, agente infiltrado.

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